"Se estou contente, querida,
  Com esta imensa ternura
  De que me enche o teu amor?
  – Não. Ai não; falta-me a vida;
  Sucumbe-me a alma à ventura:
  O excesso do gozo é dor.
  Dói-me alma, sim; e a tristeza
  Vaga, inerte e sem motivo,
  No coração me poisou.
  Absorto em tua beleza,
  Não sei se morro ou se vivo,
  Porque a vida me parou. 
É que não há ser bastante
  Para este gozar sem fim
  Que me inunda o coração.
  Tremo dele, e delirante
  Sinto que se exaure em mim
  Ou a vida – ou a razão."
Almeida Garrett - Folhas Caídas
Boa escolha :) de um grande autor português.
ResponderEliminarA razão seca a paixão do coração, convém não a deixarmos dominar muitas vezes ;)
bjs